Na vida de Antônio, um octogenário viúvo que vive sob a pressão de seus filhos, a perda de memória parece um fardo. No entanto, seu espírito sonhador ainda brilha ao lembrar-se da promessa feita a sua falecida esposa, Elvira: aprender a dançar tango e conhecer Buenos Aires. Por outro lado, Manoel, um artista maduro sem residência fixa, enfrenta dificuldades financeiras enquanto ensina tango nas praças. Quando os caminhos de Antônio e Manoel se cruzam, eles descobrem uma conexão inesperada que transforma suas vidas. Juntos, eles se unem ao ritmo vibrante do tango portenho, rompendo as barreiras do tempo e da solidão, e criando uma narrativa poderosa sobre sonhos, solidariedade e a luta contra as adversidades. Uma história que se impõe à sociedade, urgentemente convidando à reflexão.

Antônio é um viúvo octogenário que apresenta sinais de perdas de memória. Ele vive sob o assombro de não se lembrar mais da mulher, Elvira, uma exímia bailarina de tango. Diante das lembranças que escoam, ele conhece Manoel, dançarino que enfrenta dificuldades financeiras. Os dois se cruzam num momento delicado de suas vidas e fazem um pacto capaz de transformá-los profundamente.

Com patrocínio do FAC, O Último Tango leva discussão sobre envelhecimento a seis regiões administrativas do DF

O projeto de ocupação ocorre entre 9 de outubro a 8 de dezembro de 2024

O espetáculo O Último Tango é um compasso entre dança, teatro, audiovisual e música. Um lampejo lúdico, inovador e essencial para a sociedade discutir e repensar o etarismo como um importante tema de política pública. Multicultural, o projeto contemplado pelo Fundo de Apoio à Cultura (FAC) traz em seu escopo uma série de atividades em torno da itinerância inédita de 22 sessões da montagem por seis cidades do DF (Plano Piloto, Sobradinho, Gama, Taguatinga, Ceilândia e Planaltina), com entrada franca e 25% das sessões totalmente acessíveis para cegos e surdos e 50% (surdos). 

Entre 9 de outubro e 8 de dezembro de 2024, o projeto executa ações paralelas que ampliam sensivelmente o debate apresentado no palco. A abertura do projeto acontece de forma lúdica com tango na rua em aulão promovido pelo coreógrafo Paulo Pivetta, no calçadão do Boulevard Center (Conic), dia 9.10 (às 12h). A partir da estreia da peça (10.10), no foyer de cada teatro, a fotógrafa Nityama Macrini apresenta exposição individual “Corpos que Dançam Não Envelhecem”, com dançarinas e coreógrafo na maturidade, a exemplo de Yara de Cunto e Gisèle Santoro.

O projeto corre cinco centros de vivências e grupo de apoio a idosos nas cidades de Plano Piloto, Gama, Taguatinga, Ceilândia e Planaltina, com “Oficina de Jogos Lúdicos para a Maturidade”, ministrada pelo ator, arte-educador Jones Abreu Schneider. Visita dois centros universitários (Iesb e Uniceub) e um terreiro de Umbanda para discutir o envelhecer em populações vulneráveis e dissidentes, como LGBTQIANP+, mulheres negras, matrizes africanas e artistas. 

 “É um projeto de fôlego, uma ocupação inédita que parte da montagem teatral e dialoga com multilinguagens como a dança, a fotografia, com o objetivo de pautar o envelhecimento e suas consequências. A urgência de políticas públicas e o combate ao etarismo”, observa o ator e idealizador do projeto Jones Abreu Schneider, que realiza itinerância em parceria com o coletivo Criaturas Alaranjadas. 

O projeto busca sensibilizar o público para as questões que envolvem o envelhecimento, destacando a importância de inclusão e do respeito às diversidades presentes nas diferentes comunidades. A itinerância tem o fôlego de 22 sessões da montagem que narra o encontro de dois homens com ritmos de vida distintos, um deles maduro e o outro idoso, que juntos, encontram na dança o compasso da superação e um sopro de salvação.

Ficha Técnica:

Concepção do projeto, coordenação de produção e direção artística: Jones Abreu Schneider e Criaturas Alaranjadas.

Direção de cena: Sérgio Maggio.

Direção de imagens: Catarina Accioly.

Dramaturgia: Santiago Serrano.

Produção: Paula Jacobson.

Tradução: Carmem Moretzsohn.

Intérpretes: Chico Sant´Anna (Antônio) e Jones Abreu Schneider (Manoel).

Musicista: Janaina Sabino (piano digital), Pedro Tupã (percussão) e Lucas Ramalho (stand in percussão).

Bailarinos em videoarte: Dilo Paulo e Lenna Siqueira (Corpus entre Mundos).

Fotógrafa exposição: Nityama Macrini.

Bailarinos exposição: Yara de Cunto, Gisèle Santoro, Lenora Lobo, Luciana Lara e Idio Chichava.

Gravação de audiodescrição exposição: Carolina Petitinga.

Mediadores rodas de conversas: Bebel Mendonça, Maria Carmem Silva, Lydia Garcia, Tullio Guimarães. 

Relatoria rodas de conversa: Carolina Petitinga.    

Cenografia: Maria Carmem de Souza.

Coreografia cênica: Dilo Paulo.

Iluminação e desenho de luz: Rodrigo Lélis.

Preparação e coreografias de tango: Paulo Pivetta.

Edição e câmeras: João Paulo Procópio e Gui Campos.

Pesquisa de figurino e objetos de cena: Astaruth Lira, Jones Abreu Schneider e Sérgio Maggio.

Figurino: O Grupo.

Artesã bonecos: Edinartesgomes.

Operador de luz e som: Jeff Landim Michel Araújo.

Operador de vídeo: Hugo Lira, Carol Lucena e Caio Marins. 

Coordenação de acessibilidade: Astaruth Lira.

Audiodescrição: Fernando Rodrigues (Instituto da Pessoa com Deficiência).

Intérprete de libras: Flávia Novaes.

Camareira: Celeste Silva.

Assistentes de produção: Carol Petitinga. 

Assistente de direção: Noah Marques

Coordenação financeira: Katiana Santiago.

Assistência administrativa: Thaline Hellen. 

Identidade visual: Fernando Lopes.

Design: Jana Ferreira.

Redes sociais: Loane Luniere e Ianca Gomes/ Gibi Comunica.

Assessoria de imprensa: Carla Spegiorin/ Âncora Comunicação. 

Agradecimentos: André Mendes (Sesc Gama); Arlene von Sohster, Bárbara Chebon; Bidô Galvão; Boulevard Center; Camilla Valadares; Carol Nemetala (Sesc Taguatinga); Casa dos 4; Casa Rosa; Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB/DF); Centro de Convivência e Fortalecimento de Vínculos à Pessoa Idosa (Ceilândia Norte); Centro de Convivência e Fortalecimento de Vínculos à Pessoa Idosa (Planaltina); Centro de Convivência e Fortalecimento de Vínculos à Pessoa Idosa (Plano Piloto/ Obra Social Santa Isabel – OSSI); Centro Universitário IESB; Dênis Camargo; Douglas Érico; Douglas Silva; Embaixada da Argentina no Brasil; Espaço da Casa Viva (Taguatinga); Flávia Portella; Fernanda Cabral; Grupo dos Mais Vividos GMV (Sesc Gama); Instituto Cidade Céu de Arte Educação e Cultura; Instituto Janela das Artes; Júnior Ribeiro (Secec/DF); Leonardo Hernandez; Lenka Neiva; Lícia Zanol Lorencini Atanzani; Lino Ferreira; Lorena Oliveira; Márcia Tauil; Mírian Tereza (CCBB/DF); Mediato Conecta; Rede Sesc de Teatros do DF; Renice Querino da Fonseca; Ruy Moreira; Secretaria de Educação do Distrito Federal; Sâmea Andrade; Secretaria Regional de Ensino de Sobradinho; Thayane Queiroz (Sesc Gama) e Uniceub. 

Redes: @ultimotangoteatro

GALERIA

AÇÕES PARALELAS

(dia 9/10/24, às 12h no calçadão do Boulevard Center, Conic) 

Outra ação que faz parte do projeto e acontece em um único dia é um Aulão de Tango, em 9 de outubro, às 12h, no Conic, no passeio do Boulevard Center (Setor de Diversões Sul), com o professor Paulo Pivetta, responsável pela preparação dos atores Sant´Anna e Schneider. É direcionado ao público passante e aberto a qualquer pessoa, sem limite de idade.

(nos foyers dos teatros durante a circulação de 10/10 a 8/12/24)

No foyer dos teatros onde acontecem as sessões da peça, enquanto espera o primeiro sinal, o espectador vai apreciar a exposição “Corpos que Dançam não Envelhecem”, da fotógrafa Nityama Macrini. A mostra surge como uma proposta ousada e necessária para desmistificar a ideia de que a dança é uma prática reservada apenas ao corpo jovem. Ao clicar dançarinos na maturidade, o projeto desconstrói os preconceitos associados ao corpo do artista e à sua suposta “data de validade”. 

Foram fotografados, em Brasília, ícones da dança do DF: Yara de Cunto (bailarina clássica, coreógrafa contemporânea e criadora do Balé do Teatro Guaíra), Gisèle Santoro (bailarina clássica, coreógrafa e mentora do Seminário Internacional de Dança), Lenora Lobo (dançarina e coreógrafa da Alaya Cia. de Dança) e Luciana Lara (dançarina e coreógrafa Anti Status Quo Cia. de Dança), e bailarino e coreógrafo moçambicano Idio Chichava, que fez residência na capital.  

Estimular a criatividade, a memória e o bem-estar emocional são os principais objetivos dessa iniciativa para promover a interação e a socialização entre os idosos. O projeto estará presente em cinco Centros de Convivência de Idosos, com oficinas de duas horas de duração, totalizando dez horas de aulas ministradas pelo ator e arte-educador Jones Schneider. Os locais escolhidos incluem Centros situados no Plano Piloto e nas cidades de Ceilândia, Taguatinga, Gama e Planaltina, democratizando e espalhando vivências, a força motriz deste projeto, pelos arrabaldes/ quatro cantos do DF.

Programação:

  • Centro de Convivência e Fortalecimento de Vínculos à Pessoa Idosa (Planaltina) – 18 de outubro de 2024, às 14h30.
  • Centro de Convivência e Fortalecimento de Vínculos à Pessoa Idosa (Plano Piloto/ Obra Social Santa Isabel – OSSI) – 22 de outubro de 2024, às 14h30. 
  • Grupo dos Mais Vividos –  GMV (Sesc Gama) – 23 de outubro de 2024, às 14h30.  
  • Espaço da Casa Viva (Taguatinga) – 24 de outubro de 2024, às 14h30.  
  • Centro de Convivência e Fortalecimento de Vínculos à Pessoa Idosa (Ceilândia Norte) – 25 de outubro de 2024, às 14h30. 

Ação do projeto “O Último Tango” realiza ciclo de debates sobre envelhecimento em populações vulneráveis

“O Que o Tempo deixou para mim” circula pelas universidades, Iesb e Uniceub, e pelo Espaço Cultural Criaturas Alaranjadas

“O Que o Tempo deixou para mim” é um ciclo de debates que integra as ações do projeto O Último Tango, com patrocínio do Fundo de Apoio à Cultura (FAC) da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Governo de Distrito Federal.   

O ciclo de debates é composto por quatro rodas de conversas presenciais, que discutem a memória e as experiências de envelhecimento em populações consideradas vulneráveis. O debate terá intérprete de libras e gravação para o Canal do Criaturas Alaranjadas pelo YouTube.  

“O objetivo, além de entreter, é também o de criar uma plataforma de escuta e aprendizado com aqueles que muitas vezes são marginalizados nas conversas sobre envelhecimento”, conta Jones Schneider.

Cronograma:

“O Tempo e o Povo da Cultura”, com a figurinista cenógrafa, pesquisadora cênica e gestora do espaço Ateliê Goldoni Mara Carmen Souza e o ator e diretor Tullio Guimarães (ator 60+, arte-educador e diretor de teatro) 

Dia 24/10, às 19h. 

Iesb (613/614 Sul). Bloco C, subsolo, Sala Constantin Stanislavski

Maria Carmem Souza é cenógrafa e figurinista, há 53 anos, formada pela Escola de Belas Artes da UFRJ. Carioca, foi no Rio, que recebeu o Prêmio Molière de Teatro e o Prêmio MEC – Troféu Mambembe. Criou mais de 100 cenários e figurinos para teatro. Organizou o Departamento de Figurino da TVE. Na Itália, especializou-se em arquitetura cênica, participando da revitalização de 33 teatros históricos da Região da Úmbria. Em Brasília, desde 1991, fundou o NAC – Núcleo de Arte e Cultura e projetou e instalou o Teatro Goldoni {1998).

Tullio Guimarães é bacharel em artes cênicas com habilitação em interpretação teatral e pós graduado em linguagem teatral pela Faculdade de Artes Dulcina de Moraes da Fundação Brasileira de Teatro aonde dá aulas desde 1994. Como docente deu aulas na Universidade Federal do Maranhão, Universidade de Brasília e na Faculdade Dulcina. Como diretor e ator representou o Brasil em inúmeros festivais internacionais de teatro popular na Argentina, Chile, Equador, Colômbia e México. Desde o ano 2000 dirige e produz a dramaturgia do Grupo Viva a Vida 60+.

“O Tempo e as Comunidades de Matrizes Tradicionais”, com Mãe Dora e Tata Nkice Ganzotan de Kabila.  

Dia 29/10 às 19h, no Espaço Cultural Criaturas Alaranjadas. Ed. Venâncio VI sala 101 (Criaturas)

Cristovam Freitas foi iniciado para o Nkice Kabila em 17 de julho de 1997. Tomou todas as obrigações com o mesmo Zelador de Santo, o Tata Krishna de Obaluayê, no Abassá Nsumbo Kikongo, localizado na Zona Rural de Luziânia. Com a morte do Zelador em abril de 2021, a direção religiosa do Abassá passou para os seus cuidados.

Doralina Fernandes Barreto Regis, conhecida como Mãe Dora, é ialorixá do Ilê Axé Tojú Labá. É fisioterapeuta de formação, mestre em Saberes Tradicionais pelo curso de Antropologia da UnB, produtora cultural, fundadora e coordenadora-geral do Afoxé Ogum Pá. É também idealizadora do projeto Social ABC Musical, para crianças em situação de vulnerabilidades.

“O Tempo e a População LGBTQIAPN+” com Bebel Mendonça (ativista LGBTQUIAP+, mulher trans negra 60+, coordenadora do Coletivo Força Trans) e Denis Carvalho Perry (médico e professor).

Dia 30/10 no Uniceub (707 Norte), dentro do evento Uniceub Medicina e Arte. Das 17h30 às 18h30 

Bebel Mendonça é mulher Trans 60+, facilitadora de grupos na Casa Rosa, palestrante, militante LGBTQIA+ e coordenadora do Coletivo Força Trans DF.

Denis Carvalho Parry é médico formado na Universidade Federal do Pará e pós-graduado em Medicina Aeroespacial. Mestre em Clínica Médica com concentração em Nefrologia, pela UnB. Docente das Faculdades de Medicina do UniCeub (Habilidades) e Uniceplac (Simulação Realística)

“O Tempo e a Mulher Negra”. Com Lydia Garcia (mulher negra 80+, Primeira professora de música da rede pública de ensino do Distrito Federal com formação em piana, ativista antirracista).

Dia 30/10 no UniCeub (707 Norte), dentro do evento Uniceub Medicina e Arte. Das 17h30 às 18h30.  Das 18h30 às 19h30 

Lydia Garcia é pioneira no ensino de música no Distrito Federal, feito registrado no Museu da Educação do Distrito Federal (Mude), localizado na Universidade de Brasília (UnB). Integrou a Assessoria de Cultura Negra da Secretaria de Educação e Cultura, sob o comando de Pompeu de Sousa, quando ajudou a disseminar a cultura negra pelas escolas de todas as regiões do Distrito Federal. Integrou a organização do Festival Latino-Americano da UnB. Além da música, é especialista em artes cênicas, escritora, bordadeira, estilista — criadora do Bazafro — gosta de dançar samba e aprecia o balé. 

Maria Cristina Silva é atriz, professora e doutoranda na Udesc e mestra e em artes na UnB. Graduada em educação artística na Faculdade de Artes Dulcina de Moraes. Professora de artes cênicas da Secretaria de Educação de Goiás. 

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